Mulheres brasileiras que fizeram História
- Vanessa Muniz
- 25 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
No mês do Dia Internacional da Mulher, deixo aqui minha homenagem e agradecimento a 6 mulheres brasileiras admiráveis, rebeldes, engajadas e a frente de seu tempo. Não tenho dúvidas de que graças a elas muita coisa mudou na História do nosso país.

Maria Quitéria de Jesus (1792-1853) foi uma militar brasileira, heroína da Guerra da Independência. Considerada a Joana D'Arc brasileira, vestiu-se de homem para alistar-se no exército, mas depois foi descoberta. Lutou nos batalhões nacionalistas nas guerras de independência e conta-se que comandou um batalhão de mulheres. Mulher bonita, altiva e de traços marcantes, Maria Quitéria montava, caçava e manejava armas de fogo. Sua bravura e habilidade no manejo das armas foram destaques desde o começo de sua vida militar.

Anita Garibaldi (1821-1849), nascida Ana Maria de Jesus Ribeiro em Santa Catarina, foi por anos a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi com quem teve quatro filhos. Junto com ele participou das lutas republicanas durante a Guerra dos Farrapos, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, e posteriormente na luta pela unificação da Itália, na Europa, e ficou conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos". Ela é considerada, até hoje, uma das mulheres mais fortes e corajosas da sua época.

Chiquinha Gonzaga (1847-1935), nasceu em uma família militar e trocou o casamento pelo piano. Escandalizou senhoras com seus modos livres e fascinou senhores, que a gracejavam com o título de seu primeiro sucesso: "Atraente". Pianista em saraus e teatros, Chiquinha participava das “conferências-concerto” abolicionistas nas quais, após os discursos políticos, havia concertos de piano, atrizes dramáticas declamavam e cantoras líricas entoavam árias contra a escravidão. Regia um coro de meninas nestas “conferências-concerto” e vendeu suas composições de porta em porta para alforriar um escravo músico, conhecido como Zé Flauta.

Maria Gomes de Oliveira (1911-1938), a Maria Bonita, foi a primeira cangaceira da História do Brasil. Aos 18 anos ela terminou (algo inadmissível na época) um casamento forçado e conheceu Lampião, que já tinha fama de ser uma espécie de Robin Hood do sertão, tirando dos ricos para dar aos pobres. Num mundo em que o machismo ainda predominava, virou companheira e lutou ao lado do cangaceiro. A história de Maria Bonita até hoje é lembrada como um exemplo de empoderamento feminino, em uma época na qual as mulheres eram colocadas em segundo plano na vida social.

Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), conhecida pelo pseudônimo de Pagu, apesar de ter vivido só 52 anos, foi jornalista, crítica literária, escritora modernista íntima de Oswald de Andrade (com quem chegou a se casar) e Tarsila do Amaral, diretora de teatro e mãe. Militante comunista foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas. Torturada durante a ditadura do Estado Novo, seu exemplo serviu para outras mulheres que se engajaram na defesa da liberdade nos anos seguintes. Algumas foram presas e torturadas como Pagu. Mas, tal como ela, a maioria seguiu lutando por seus ideais.

Leila Diniz (1945-1972), atriz conhecida como a "Mulher de Ipanema", foi defensora do amor livre e do prazer sexual, numa época em que as mulheres eram fortemente reprimidas quando se tratava desses assuntos. Sempre é lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas ideias e atitudes. Sua foto na praia usando um biquini, com sua barriga de grávida a mostra tornou-se emblemática. Morreu em um acidente aéreo aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem feita para a Austrália. Sua amiga, a atriz Marieta Severo e o compositor Chico Buarque de Hollanda criaram a filha de Leila.
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