It´s All That Jazz
Lembro que um amigo, que é uns doze anos mais velho que eu, me disse que você percebe que está envelhecendo quando começa a ouvir Elton John e a gostar de Jazz. Se essa afirmação estiver correta, eu já sou uma velha. Escuto sempre Elton John (principalmente “Tiny Dancer”) e quanto ao Jazz... Confesso que comecei a envelhecer aos 27 anos, quando descobri o Jazz... e gostei!
Para entender um pouquinho, vale falar que o Jazz surgiu por volta do início do século XX na região de New Orleans e se desenvolveu com a mistura de várias tradições afro-americanas. Incorporava principalmente blue notes, improvisação e notas com o swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são os metais, palhetas e bateria, no entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.
Reconheço que ninguém se apaixona pelo Jazz logo de cara. Assim como comida japonesa ou cerveja, Jazz é um gosto adquirido. Você precisa ouvir algumas vezes para entender. Ou melhor, sentir. Uma vez assisti a um filme onde um personagem dizia: “Explicar o Jazz é como explicar o Amor. Não explica, simplesmente sente”. E eu concordo em gênero, número e grau.
Eu me apaixonei por Jazz graças a um antigo namorado e ao Dave Brubeck. O namoro acabou, mas meu amor pelo Jazz permaneceu. Aliás, para quem quer ‘sentir’ o jazz, recomendo fortemente começar ouvindo Dave Brubeck, mais precisamente a música “Take Five” do álbum “Time Out”. Essa música figura em várias listas como a melhor música de Jazz de todos os tempos. Comece devagar e vá se acostumando, vá adquirindo o gosto e depois ‘pule’ para Miles Daves, Duke Ellington, John Coltrane, Nina Simone...
Talvez você até já goste de Jazz e nem saiba... Você sabia que “What A Wonderful World” do Louis Armstrong é um Jazz? Até algumas músicas do movimento Bossa Nova são classificadas com Jazz. Pois é, existem vários estilos de Jazz e você vai descobrir o seu preferido. Eu, por exemplo, não curto muito acid jazz, mas amo dixieland jazz, que poderia ouvir por horas sem enjoar (depois vou publicar um post só para explicar esse estilo).
Mas pra mim o mais legal é ver ao vivo uma banda de jazz com suas improvisações. Se for a New Orleans, Chicago ou New York inclua uma noite em um bar de jazz . Garanto que a experiência vai ser incrível, você vai se contagiar. Em New Orleans procure algum bar na Frenchmen Street e não perca um pocket show no Preservation Jazz Hall. Em New York você pode tanto ir no tradicional Blue Note como em algum bar de jazz que só os locais conhecem e que ficam geralmente no Village. Chicago ainda não conheço, mas em Maio vou pra lá e juro que volto com dicas.
Se estiver em Sampa, também tem alguns bons lugares para curtir um Jazz como o Bourbon Street, Teta, Madeleine, Jazz dos Fundos, All Of Jazz...
Ah! Lembra do ex-namorado que mencionei no texto? Ele virou um amigo querido e se mudou para New York. Dois anos atrás nos encontramos lá e adivinhe? Fomos a um bar ouvir jazz!
Nunca vou cansar de agradecê-lo por ter me apresentado ao Dave Brubeck.
Obrigada ‘my dearst’!