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Eureka, Serendipity e o Destino

Arquimedes, um grande matemático e inventor grego que viveu cerca de 200 anos antes de Cristo, tomava seu banho imerso em uma banheira, quando teve um insight e, repentinamente, encontrou a solução para um problema que o atormentava havia tempos. Seria a coroa do rei de Siracusa realmente de ouro? Dizem que Arquimedes teria saído à rua nu gritando: “Eureka! Eureka!” (Descobri! Descobri!). Ele havia descoberto um dos princípios fundamentais da hidrostática, que seria conhecido futuramente como o "Princípio de Arquimedes".

Adoro essa história por três motivos. O nome do meu pai é Arquimedes. Adoro a palavra “Eureka!”, que virou um termo usado até hoje, e não só pelos gregos. E como uma engenheira que gosta de física também acho o "Princípio de Arquimedes” notável.


Mas esse post não é sobre mim ou sobre meu pai, tampouco sobre a palavra “Eureka”. É na verdade sobre outra palavra, a palavra inglesa “Serendipity”, que significa uma "descoberta afortunada" ou "agradável surpresa". Foi inventada por Horace Walpole em 1754, quando, em uma carta que escreveu a um amigo, explicou uma descoberta inesperada que ele tinha feito por referência a um conto de fadas persa chamado “Os Três Príncipes de Serendip”. No conto, os príncipes de Serendip (nome que os comerciantes árabes da antiguidade deram ao atual Sri Lanka) sempre faziam descobertas, por acidente e sagacidade, de coisas que eles nem estavam em buscando.


A noção de acaso é uma ocorrência comum em toda a história da inovação científica, como essa do matemático Arquimedes e casos como os das invenções do forno de microondas por Percy Spencer, em 1945, e a criação do Post-it por Spencer Silver em 1968.


Outra história bacana que vale contar é a de Alexandre Fleming, que ao se preparar para entrar em férias por duas semanas, inoculou estafilococos em uma bandeja e ao invés de colocá-la na incubadora, como normalmente fazia, resolveu deixá-la sobre a bancada.


Quando voltou das férias, Fleming encontrou o laboratório em desordem e resolveu fazer uma limpeza geral. No meio da faxina, uma das bandejas de estafilococos que estava prestes a ser desinfetada chamou-lhe a atenção. A placa apresentava uma larga zona clara totalmente desprovida de estafilococos, e era justamente a parte que estava cercada por um mofo.


É que no andar de baixo do laboratório de Fleming trabalhava um perito em bolores que cultivava os esporos de um fungo chamado Penicillium notatum. Provavelmente esses esporos, muito leves, tenham sido levados pelo vento para o laboratório de Fleming.


Serendipity! Fleming havia descoberto a Penicilina!


Em junho de 2004, uma empresa de tradução britânica elegeu a palavra como sendo uma das dez palavras em inglês mais difíceis de traduzir, assim como é “saudade” em português. No entanto, devido ao seu uso sociológico, a palavra já foi exportada para muitos outros idiomas.


Depois que descobri que essa palavra não era somente o nome de um restaurante em Nova York (que ficou famoso depois que Oprah Winfrey recomendou uma sobremesa de lá), ela virou uma das minhas palavras favoritas (sim, também tenho uma lista das minhas palavras favoritas... sou louca por listas). Mas gosto dessa palavra não somente pela sonoridade, mas também pelo significado. Quem nunca viveu uma “Serenpidity”? Quem nunca foi surpreendido na vida por uma “agradável surpresa”? Uma feliz coincidência? Com algo que não esperava?


Pensando bem, talvez a tradução de “Serendipity” seja... Destino!



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