Vanessa, como uma borboleta
- Vanessa Muniz
- 26 de fev. de 2018
- 2 min de leitura

Durante a adolescência, em uma das minhas intermináveis buscas de identidade durante, resolvi pesquisar sobre o significado do meu nome. Sabia que minha mãe tinha escolhido o nome porque tinha lido um livro, de um escritor inglês, onde a personagem principal chamava-se Vanessa. Cheguei a ler o tal livro, e ele não chega a ser ruim, mas Vanessa é uma heroína romântica sem muitos diferenciais. O que minha mãe gostou mesmo foi do nome, não da história em si.
Então fui atrás de outra história. Em uma busca rápida descobri que Vanessa significa “como uma borboleta”. Eu adorei. Descobrir que o meu nome era a simbologia desse bonito inseto que representa a transformação e a renovação, a felicidade e a beleza, me deixou realmente feliz.
Me contentei com isso um bom tempo, mas depois fiquei com mais dúvidas porque descobri que o que deu origem a esse significado foi o fato de que o entomólogo dinamarquês Johan Christian Fabricius. utilizou o nome Vanessa para designar um gênero de borboletas em 1807. Isso queria dizer que o nome já existia antes dessa borboleta...
E aí? E aí lógico que fui atrás da informação. Mas pense que isso foi há anos, ou seja, antes da internet, antes do Google, antes da Wikipédia... Me deu um trabalhinho, mas quando descobri amei a história.
Tudo começa no século XVIII em Dublin, quando o renomado escritor irlandês Jonathan Swift, autor de "As Viagens de Gulliver”, conheceu a filha de um rico mercador holandês, chamada Esther Van Homrigh, e se apaixonou. Entretanto, esse era um amor proibido. Ele não só era casado, como também o diácono na igreja anglicana de Saint Patrick. Ou seja, se separar da esposa seria um grande escândalo.
Como ele não podia escrever poemas e cartas dedicados a sua musa, caso contrário todos descobririam o romance, ele decidiu criar um nome novo para chamá-la. E assim criou “Vanessa”, que é a junção de “Van”, retirado de seu sobrenome, e “Essa”, a abreviação de Esther.
A história não acabou muito bem porque os dois não ficaram juntos e ela morreu de tristeza no final, mas em compensação, em 1726 a obra de Swift “Cadenus e Vanessa” apareceu na imprensa pela primeira vez. O poema é autobiográfico sobre a relação deles, onde “Vanessa” representa Esther e “Cadenus”, anagrama para “decanus” que quer dizer diácono em latim, representa Swift.
Apesar de ter sido escrito em 1713, o poema foi publicado somente três anos após a morte de Esther, sem que ela nunca soubesse que o nome criado para ela acabou ficando conhecido por todos, se popularizou, e virou até nome de borboleta.
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